De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a cada três tipos de câncer diagnosticados, um é de pele. São vários os fatores de risco que podem resultar na doença e, entre os mais conhecidos, está a queimadura causada por exposição solar.

A dermatologista e professora da MedUnisa, Dra. Flávia Naranjo Ravelli, explica que a “queimadura é uma agressão provocada pelo sol nas células da pele. Ao longo dos anos, principalmente nos primeiros 18 anos de vida (período de maior exposição solar), provoca mutações no DNA das células da pele, tornando-as cancerosas”.

Atualmente, o câncer de pele é considerado a segunda principal causa de morte no Brasil e no mundo, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. No país, ele corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados anualmente. De acordo com a pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), nos anos de 2023, 2024 e 2025 serão diagnosticados 704 mil casos por ano. Globalmente, a OMS afirma que haverá 27 milhões de novos casos até 2030, com 17 milhões de óbitos e 75 milhões de pessoas vivas anualmente com câncer.

“O maior efeito desse aumento vai incidir em países de baixa e média rendas. Porém, inúmeros estudos mostram que os cuidados de prevenção e o diagnóstico precoce ajudam a desacelerar esse crescimento e a ampliar os casos em que a cura é possível”, aponta a também dermatologista e professora do curso de Medicina da Unisa, Dra. Rossana Vasconcelos.  

Confira abaixo quais os tratamentos aplicados pela dermatologia!

BoletimMed – Queimadura solar e o câncer de pele

O câncer de pele é resultado dos efeitos da exposição solar em médio e longo prazo e pode aparecer a partir do surgimento de lesões pigmentadas – conhecidas como pintas ou nervos melanocíticos, os quais podem evoluir ou não para um quadro maligno durante a vida. Ele aparece em adultos, crianças e adolescentes, pois nossa pele tem “memória” e acumula os danos solares ao longo da vida. Desta forma, os cuidados devem começar na infância e se estender por toda a vida.  Além disso, é preciso considerar outros fatores de risco, como tabagismo, histórico familiar de câncer de pele e olhos e pele clara também são fatores de risco. “Embora mais comum em pessoas de pele branca, o câncer de pele pode surgir também em pessoas pretas e asiáticas. Outro fator a ser observado é que ele pode aparecer embaixo da unha, na planta do pé e por meio do HPV tanto na região bucal quanto na genital”, aponta Vasconcelos.

Quando procurar o dermatologista?

O indicado é que a visita ao dermatologista ocorra uma vez por ano, independentemente de sintomas. Dessa forma, o exame dermatológico pode identificar lesões precursoras, lesões iniciais de malignidade ou câncer de pele já instalado. A Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza anualmente uma campanha de combate ao câncer de pele, e médicos do Brasil todo atendem gratuitamente a população.

Também é válido lembrar que alguns sinais na pele podem ser alertas para antecipar a ida ao médico:

  • Lesões elevadas com crosta central que sangram facilmente;
  • Pintas que mudam de cor, textura e tamanho;
  • Manchas ou feridas que não cicatrizam;
  • Além de outros sintomas clínicos que podem estar relacionados ao local onde o câncer está instalado.

Diagnóstico e tratamento do câncer de pele

Para o diagnóstico da doença, o dermatologista realiza um exame clínico avaliando o aspecto da lesão. Se entender necessário, solicitará biópsia de um fragmento para um possível diagnóstico da patologia.

São diferentes tipos de câncer de pele:

  • Carcinoma basocelular (CBC): tem baixa letalidade e surge nas células basais, as quais estão localizadas na camada mais profunda da epiderme;
  • Carcinoma espinocelular (CEC): o segundo mais prevalente, manifestando-se nas células escamosas;
  • Melanoma: ocorre nas células produtoras de pigmento. É o menos frequente, mas com pior prognóstico e maior índice de mortalidade.

O tratamento indicado depende do subtipo histológico do câncer. De acordo com a especialista, “geralmente o tratamento curativo é a retirada cirúrgica da lesão, com margens. Essa lesão é enviada para análise e há verificação das margens. Em alguns casos, o câncer de pele pode vir a apresentar metástase e, dependendo do resultado, é investigado se existe linfonodo sentinela ou a disseminação para outros locais do corpo”, explica a Dra. Flávia Ravelli, que é presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo.

Existem também outros tratamentos disponíveis para esse tipo de câncer, como a Crioterapia, que congela a lesão em CBC iniciais; e a Cirurgia Micrográfica de Mohs, técnica na qual o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele até não restar vestígios da doença — essa é uma possibilidade indicada para áreas de risco da face ou de difícil operação. “O procedimento tem os maiores índices de cura com a retirada da menor quantidade de pele possível”, explica a Dra. Flávia Ravelli.

Outro tratamento é a Terapia Fotodinâmica (TDP). De acordo com a médica, é aplicado uma espécie de creme na pele cuja função é identificar as células tumorais, que por sua vez são expostas a uma luz capaz de destruir focalmente esses tumores. “Indicamos o tratamento quando há muitas lesões pra tratar, para pacientes com fotodano muito intenso”.

Para completar os tratamentos, pode-se utilizar a radioterapia. Além disso, há disponível no mercado uma pomada (também utilizada para prevenção) indicada para casos em que não é possível operar.

Dermatologia na Unisa

A dermatologia vai além dos cuidados estéticos tratados pela área de cosmiatria. Para cuidar da saúde da pele, como nos casos relacionados ao câncer de pele, é necessário que o médico obtenha o título de dermatologista. A área está entre as mais concorridas!

Aqui na Unisa, é oferecida a Residência Médica em Dermatologia, que tem duração de três anos, vivência prática e teórica clínica e cirúrgica. As aulas e atendimentos ocorrem tanto no Hospital de Ensino Wladimir Arruda (HEWA) — hospital-escola da Unisa — quanto em clínicas e hospitais conveniados.

Para quem deseja seguir na especialidade, a Dra. Flávia Ravelli reforça que é preciso gostar de estudar e lembrar que a cadeira está relacionada a outras especialidades. “É a segunda Residência mais concorrida do país e a pele é um marcador importante de doenças internas. Para seguir na área, é importante aprofundar-se sobre doenças. Ademais, a dermatologia engloba procedimentos cirúrgicos, ambulatoriais e muita clínica. Então, para quem tem esse perfil, a especialidade pode ser uma escolha!”

Leia também

10 Médicos de sucesso para se inspirar

Cigarro eletrônico: você vai cair nessa?

Deixe uma resposta