Ao ouvir a palavra nuclear, muitos podem associar o termo às bombas radioativas. Mas quando falamos de saúde, o assunto é outro! A Medicina Nuclear é uma especialidade que utiliza métodos não invasivos e praticamente indolores com a finalidade diagnóstica e terapêutica.

Saiba mais sobre a área!

BoletimMed – Medicina Nuclear

De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), os serviços da área estão presentes em mais de 430 clínicas, hospitais e centros de pesquisas no Brasil — os quais atendem mais de um milhão e meio de pessoas por ano.

De acordo com dados da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), desde 1995 já foram realizados mais de 30 milhões de procedimentos no país!

O que são os radiofármacos?

Radiofármacos são as substâncias radioativas utilizadas para acessar e acompanhar o funcionamento de órgãos e tecidos no momento do diagnóstico ou tratamento de doenças na área da Medicina Nuclear.

Eles podem auxiliar tanto nos exames de imagem quanto na redução de dores ósseas, além de tratamentos de tumores e doenças específicas, como o hipertireoidismo. Algumas substâncias são capazes até de emitir partículas que destroem tumores!

Radiação

A palavra radiação causa medo na população, mas a quantidade presente nos tratamentos é segura tanto para o paciente quanto para os profissionais — além disso, os ambientes são preparados e controlados apropriadamente para o atendimento.

Quais os riscos?

A Dra. Poliana Fonseca Zampieri, formada pela MedUnisa e médica assistente na Medicina Nuclear, afirma que os tratamentos e diagnóstico com a Medicina Nuclear são seguros e eficientes.

Ela explica que em tratamentos, a dosagem de radiação é maior, mas o risco é apenas de exposição aos outros. Por isso, em alguns casos, os pacientes precisam ficar internados aguardando a dose de radiação diminuir.

“Para o paciente mesmo é um tratamento seguro, tem poucos efeitos adversos e não tem a mesma toxicidade que uma quimioterapia, por exemplo. Além disso, existe um protocolo de radioproteção, no qual os pacientes são acompanhados e monitorados”, explica a médica.

Vantagens

Os fármacos utilizados agem localmente, ou seja, vão direto às células-alvo. “Às vezes, eles até ajudam a evitar que o paciente passe por outros procedimentos mais invasivos, como a cirurgia”, comenta a Dra. Zampieri.

Áreas de aplicação

Atualmente, a especialidade atua em conjunto com diversas áreas, embora a de oncologia seja a mais conhecida. Há contato com a cardiologia, hematologia, neurologia e muitas outras!

Afinal, a Medicina Nuclear é capaz de diagnosticar infecções, infarto do miocárdio, câncer, demências, obstruções renais, embolia pulmonar, etc.

Além de tudo, no caso do câncer, ela também é utilizada para medir a extensão dele no organismo e para auxiliar o médico na indicação do melhor tratamento.

Exames de última geração

Indicados para todas as faixas etárias, os tratamentos da Medicina Nuclear garantem melhor qualidade de vida e menor recorrência da doença, proporcionando maior sobrevida ao paciente por possibilitar um diagnóstico precoce, bem como o rápido tratamento e resposta.

Alguns exames comuns da área são:

  • Cintilografia: exame de imagem que pode ser utilizado em diversas partes do corpo. No caso da Cintilografia miocárdica, por exemplo, mostra-se a ausência de sangue em partes do coração e permite o diagnóstico precoce de problemas do órgão. Também é comum o uso em crianças, sobretudo para avaliação do sistema urinário, gastrointestinal e musculoesquelético. Em doenças oncológicas, o exame detecta a presença de células cancerígenas ou o retorno delas após o tratamento.
  • Tomografia computadorizada por emissão de Pósitrons (PET-CT): é um dos mais avançados exames de imagem. Ele combina informações funcionais e anatômicas e  pode registrar a resposta dos tratamentos cirúrgicos ou quimio-radioterápicos.

Medicina Nuclear na Prática

Atuando na Medicina Nuclear do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Barradas, a Dra. Poliana Fonseca Zampieri conta que o seu primeiro contato com a área foi ainda durante o estágio que realizou com o professor Alfredo Barros, no setor de Mastologia do Hospital Sírio Libanês.

“Eu instrumentava as cirurgias da filantropia do hospital. Essas cirurgias muitas vezes eram radioguiadas (marcação das estruturas a serem removidas com substâncias radioativas), um dos procedimentos da Medicina Nuclear. Gostei muito da área porque estudamos todo o corpo de uma forma mais profunda: são análises que permitem a avaliação funcional e não somente anatômica das estruturas”.

Atualmente, faz parte da rotina da médica: laudar os exames de Cintilografia e PET/CT; realizar procedimentos, como a injeção de radiofármaco nos pacientes para pesquisa de linfonodo sentinela; e alguns tratamentos, como iodoterapia para hipertireoidismo ou câncer de tireoide. 

Por ser uma área em constante evolução, a Dra. Zampieri acredita que o maior desafio da especialidade é manter-se atualizado, por isso é tão importante continuar estudando.

Curtiu o conteúdo? Fique de olho no #blogdaUnisa e caso queira saber sobre a formação de Médicos, é só conhecer nossa faculdade de Medicina!

Deixe uma resposta